segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Antidepressivos de papel

Folhas em papel em branco me servem
de analgésicos,de antidepressivos.
Imediatamente elas se transformam em
psicológos que com suas perguntas capciosas
 tentam arrancar de mim segredos que ajudem
a encontrar uma solução para tudo que me aflige.

Acomodo-me num divã imaginário e ali falo sem
parar, até o cansaço causado por minhas lamúrias
danificarem minhas cordas vocais e secarem minha
garganta,numa tentativa inconsciente de laçar a dor
não domesticada.

Às vezes penso em fazer de minha existência um
drama para chamar a atenção e abrandar a necessidade
de me sentir loucamente amada,mas na verdade percebi
que tenho uma alma essencialmente dramática que quer
fazer de cada acontecimento da vida um ato mágico e
espetacular.

Por acreditar que é assim que tem que ser,já que
somos protagonistas de uma novela real,onde
Hollywood é aqui e agora,com chance única de
brilharmos ou simplesmente nos juntarmos ao
anonimato das massas, fazendo tudo sempre
igual e esperando como um cego,um milagre
que torne tudo nítido e diferente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário